SUICÍDIO NA INFÂNCIA – é preciso romper com esse silêncio
- Psicóloga Sabrina R. Prates
- 30 de set. de 2017
- 2 min de leitura
Em abril deste ano, foi noticiado o caso de um adolescente de 13 anos que tentou suicídio, em Jaú. Na Rússia, em 2015, uma jovem de 15 anos se jogou do alto de um edifício. No dia 10 de setembro, dia em que é lembrado o combate ao suicídio, houve outros 3 casos que vieram a público no Mato Grosso do Sul. Nos últimos anos, houve diversos casos de adolescentes que tiveram o suicídio assistido e incentivado pelas redes sociais.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Mato Grosso do Sul é o estado com o maior índice de casos em relação ao número de habitantes que cometem suicídio; Dados do Mapa da Violência, apontam que entre 2002 e 2012 o número de suicídios entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos aumentou 40%, em 2017 a taxa de suicídio no Brasil entre jovens de 15 a 29 anos aumentou outros 27,2%. De acordo com Centro Nacional de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), em 2015 o suicídio infantil foi a terceira principal causa de mortes de crianças de 10 a 14 anos nos Estados Unidos, sendo que dos 15 aos 34 anos, passa a ser a segunda principal causa.
Situações desse tipo estão se tornando mais comuns nesta década. Entretanto, infelizmente nas redes sociais o assunto parece repercutir de maneira banal, descontextualizada e inconsequente. A Agência nova/sb que faz o monitoramento virtual, diz que 34,2% das menções sobre o tema eram piadas ou memes e outros 18,3% das postagens eram de cunho preconceituosos ou negativos.

É preciso rompermos com esse tabu. A sociedade parece não aceitar que a ideia de que crianças/adolescentes possam querer se matar. Os adultos não aceitam/acreditam o sofrimento emocional da criança. Mais complicado ainda, é explicar porque os dados de suicídio estão em ascensão.
O suicídio é um fenômeno de causas múltiplas: Quadros depressivos, abuso de substancias psicoativas, desorganização familiar, sentimento de abandono, abusos físicos e/ou sexuais, cutting (autolesões), desajustamento na escola – esses são alguns dos fatores que podem parecer como motivadores para a concretização do ato.
Por isso, é importante observar o comportamento delas. Os pais devem estar atentos para lidar com o assunto de maneira respeitosa e séria e ter paciência e dedicação para que o tratamento não seja interrompido. Se for percebido sinais de que a criança está comportando de maneira diferente é importante que os pais procurarem por ajuda de um especialista.
A Prevenção é fundamental – para a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídios poderiam ser evitados. É necessário acolhimento por parte da família, entender o sofrimento da criança, observar seu estado emocional e tentar ajudá-la, levando-a para ser acompanhada por um especialista. O assunto deve ser discutido de maneira séria dentro das escolas, casas, ONG’s, porque precisam ser trabalhados urgentemente.
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