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Redes sociais para preencher nosso vazio existencial

  • Psicóloga Sabrina R. Prates
  • 3 de ago. de 2017
  • 2 min de leitura

O Big Brother nunca esteve tão presente em nossas vidas! Porque, nos dias atuais a gente precisa se expor tanto? O que isso quer dizer?

De acordo com dados de 2016 do IBGE, no Brasil o celular se consolida como principal meio de acesso à internet; passamos a estar conectados a cada minuto com o mundo por meio das redes sociais.

Durante muito tempo precisávamos apenas ser, agora, com a internet o tempo todo ali ao alcance das nossas mãos, passamos a sentir necessidade de ser, ter e aparecer. Algumas pessoas acabam usando as redes sociais como um diário e às vezes, parecem esquecer que ali é um espaço público onde tudo pode ser visualizado por todos e que estará sujeito a ser julgado por aquilo que posta.

No Twitter, Facebook, Instagram, etc., internautas ficam a um clique de milhões de pessoas em todo o mundo. Ao longo do dia costumamos abrir essas redes sociais em nossos celulares: logo pela manhã, no trajeto para o trabalho, você entra na internet e percebe em sua página do Facebook fotos variadas de uma mesma pessoa, ela também está indo trabalhar, no transporte público, ou tirando fotos em um espelho de banheiro em algum lugar. Ao expor cada momento que se vive, o indivíduo pode descobrir o quanto é possível se sentir especial ao ter atenção voltada toda para si, uma vez que os expectadores dão feedbacks na maioria das vezes positivos: curtem suas férias divertidíssima ao lado de familiares, parabenizam a atitude, parecem adorar tudo o que é dito e quanto mais a pessoa posta, mais reações positivas ela recebe. É como uma droga que faz com que você se sinta melhor consigo mesmo.

Uma necessidade de aceitação é despertada e sem que percebamos, essas pequenas informações que são os likes/curtidas, começam a ditar nossa felicidade. As mídias sociais acabam que nos colocando em uma competição sobre quem tem a vida mais feliz – queremos ser aceitos e queremos expor nossa “felicidade” a “vida maravilhosa” que temos. Precisamos começar a refletir o quanto estamos tentando camuflar a realidade nas redes sociais.

Essa constante necessidade de ser, ter e aparecer pode ser consequência de uma busca incessante do preenchimento de um vazio interior: Indivíduos inseguros tendem a usar as redes sociais para supervalorizarem suas opiniões e desta maneira se auto afirmarem; pessoas com a autoestima baixa buscam no mundo virtual por aprovação que não encontram no mundo real. Essas pessoas costumam sentir-se de alguma maneira, protegidas nesse ambiente e de alguma maneira pertencentes a algo, sem que seja necessário expor suas imperfeições para os demais.

A constante exposição nas redes sociais tem se tornado algo tão comum que muitas vezes esquecemos que devemos tomar cuidado com a nossa intimidade. Nesses tempos de exposição máxima, a história parece estar sendo escrita por meio das mídias sociais. Foi à festa? Viajou? Comeu? Caiu? Morreu? Tem imagem!

A maneira de nos relacionar está sofrendo alterações, estamos passando mais tempo no mundo virtual e esquecendo do mundo real, os vínculos afetivos estão passando a ser relações de disputas. Estamos nos tornando indivíduos solitários que substitui experiências sociais e passa menos tempo tendo interações reais.


 
 
 

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