Compulsão alimentar – quando comer torna-se um problema
- sabrinarp
- 14 de fev. de 2017
- 2 min de leitura
Caracterizado por episódios frequentes nos quais muitos alimentos são ingeridos sem comportamentos compensatórios para prevenir o ganho de peso, o transtorno de compulsão alimentar de acordo com dados da Associação Americana de Psiquiatria, abrange cerca de 4% da população mundial, o equivalente a 280 milhões de pessoas e 6% dos obesos. Atinge com mais frequência adolescentes - sendo que apesar da grande prevalência entre mulheres, dados mostram que a incidência entre homens está aumentando vertiginosamente.
No DSM-V, a compulsão alimentar pode ser compreendida como transtorno quando há episódios recorrentes de ingestão significativamente maior de alimentos em um curto período de tempo do que a maioria das pessoas consumiria sob circunstâncias similares, com episódios marcados por sentimentos de falta de controle; Uma pessoa com transtorno de compulsão alimentar pode comer muito rapidamente, mesmo quando não está com fome; O indivíduo pode ter sentimento de culpa, vergonha ou desgosto; podendo inclusive, ingerir alimentos em segredo para ocultar o comportamento. Comumente associada com um acentuado sofrimento, para ser caracterizada com um transtorno, deve ocorrer em média, pelo menos uma vez por semana, durante três meses.

A compulsão alimentar está associada a conflitos psíquicos, pensamentos ou atos contra o qual, normalmente, o sujeito gostaria de lutar, com origem em questões emocionais/afetivas. Tendo como característica a relação do sujeito com o que come, podendo ingerir grandes quantidades de alimentos em um curto período de tempo, seguido de sensações de perda do controle, envolvendo as suas emoções como: aflição e agonia; a ação de comer está associada à sensação de prazer, com isso tenta-se suprir as necessidades do pensamento para minimizar a sensação de angústia, buscando alívio por meio da comida.
Indivíduos compulsivos alimentares podem apresentar quadros de comorbidade com outros sintomas, tais como: transtornos de humor, ansiedade, dentre outros.
A necessidade de procurar ajuda profissional torna-se importante a partir do momento em que é percebido que há algo errado com o sujeito e que o alimento deixa de ser apenas um meio de se alimentar, tornando-se algo no qual seja dependente e se sente angustiado, onde é necessário comer para que seja “curado” momentaneamente de tal angustia.
Devido a complexidade de causas, o tratamento deve ser multidisciplinar, sendo a psicoterapia um meio de ajudar o paciente na busca pelas causas do vazio no qual ele tenta preencher por meio da ingestão de alimentos.
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